sábado, setembro 06, 2008

Perspectivas

Há quase 2 anos mudei minha trajetória profissional, me despedi da área empresarial e gestão humana para o campo educacional. Tenho pesquisado e construido novos saberes, mas, um fato que me chama atenção é a a falta de perspectiva das pessoas mais jovens. Pessoas em seus 14 anos deveriam estar projetando sonhos, sorrindo, brincando... Dos relatos que tenho ouvido em uma das atividades que desenvolvo é o desperdício de vida, potencial, afetos... O que está acontecendo com essas pessoas? O contexto familiar que estão inseridos é árido, desinteressado. Me vejo diante de uma mãe defindo sua filha como relaxada, desinteressada, agressiva e pouco respeitosa. Pergunto perplexa, o que deu errado então? A senhora quis isso para sua filha? A mâe evasiva diz nâo entender... Insisto, você gosta de ser mãe, você realmente gosta disso? Ela cala-se... Como não consegue ver nada de bom em sua filha? Em risco de ser dura ao dizer... mas, mesmo assim digo. Me parece que estão dando descargas nesses jovens, antes do projeto político-educacional, no projeto familiar. No trato com as mulheres pergunto mil e uma vez, por que teve filhos então? NÃO SABE DO PRÓPRIO DESEJO! Foi algo sem clareza, sem percepção futura, arrisco, sem amor. Foi porque se tem filhos, é normal. Mas educar em valores é outra esfera, exige gente de coração aberto, gente de fibra e caráter. Amar, antes de tudo, é um exercício diário, na troca de fraldas, na estimulação da pele do bebê, no abraço, nos encontros para as refeições... Cheguei ao cúmulo de apresentar a uma garota de 13 anos um amor perfeito, que não conhecia mesmo estando a cidade cheiinha deles... Uma mãe não ensina mais esses detalhes as suas meninas... a delicadeza, o enfeite... o aconchego? Quem recebeu amor, tem a segurança de lugar para voltar. Quem nada recebeu, pouco se importa se existe mais alguém para usufruir do espaço social construido pela coletividade.