sábado, junho 27, 2009

sexta-feira, junho 26, 2009




A autora francesa, filha de pais cubanos, Anais Nin foi amante de Henry Miller e só permitiu que seus diários fossem publicados após a morte de seu marido Hugh Guiler. Dela li um precioso livro chamado "Uma espiã na casa do amor". O teor psicanalítico de seu texto é bastante claro e a leitura simplesmente deliciosa. O seguinte pensamento da autora é impactante:

A vida se contrai e se expande proporcionalmente à coragem do indivíduo.

Posso te dar uma sala cheia de livros para que sejas um
dentre os meus livros nessa sala tua.
Posso te dar a alma que eleva um poema
e, além dela, um corpo de palavra.

Queres ir de um estado sólido, frígido,
à incandescência da página?
Queres ser o rastro dessas letras fechando a minha mão?

Serás eternamente o que quer que sejas desde o início,
livre de tempo e destino. Me verás passando
como se ainda sonhasses. Como se ainda sonhasses,
não te surpreenderás comigo.


Rosângela Darwich nasceu em Belém do Pará, a 25 de fevereiro de 1962. Formada em psicologia, em 1984, pela UFPa. - Universidade Federal do Pará, exerce a profissão de professora de psicologia da Universidade da Amazônia. Possui doutorado em Psicologia (Teoria e Pesquisa do Comportamento) pela Universidade Federal do Pará.

Fonte "site O Poema"

Publicações e Premiações

"Quando Fernando VII Usava Paletó":
Livro de poemas selecionado para publicação pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura, Belém, Gráfica Falângola, 1982.

"Levasse as Coisas na Flauta":
Livro de poemas selecionado para publicação pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura, Belém, Falângola, 1988.

"VIII Antologia poética de São José dos Campos".
Participação com dois poemas. Fundação Cultural Cassiano Ricardo, São José dos Campos, 1993.

"Histórias Mortas"
Menção honrosa: Conferida pelo livro inscrito no concurso literário "Vespasiano Ramos / poesia", da Academia Paraense de Letras, 1993.

Rosângela Darwich
rosangd@oi.com.br
tel 55 91 3252 4877

quarta-feira, junho 24, 2009

Um pouco mais sobre o amor...


"Um pensamento me traspassou: pela primeira vez em minha vida enxerguei a verdade tal como fora cantada por tantos poetas, proclamada como verdade derradeira por tantos pensadores. A verdade de que o amor é o derradeiro e mais alto objetivo a que o homem pode aspirar. Então captei o sentido do maior segredo que a poesia humana e o pensamento humano têm a transmitir: a salvação do homem é através do amor e no amor. Compreendi como um homem a quem nada foi deixado neste mundo pode ainda conhecer a bem-aventurança, ainda que seja apenas por um breve momento, na contemplação da sua bem-amada. Numa condição de profunda desolação, quando um homem não pode mais se expressar em ação positiva, quando sua única realização pode consistir em suportar seus sofrimentos da maneira correta - de uma maneira honrada -, em tal condição o homem pode, através da contemplação amorosa da imagem que ele traz de sua bem-amada, encontrar a plenitude. Pela primeira vez em minha vida, eu era capaz de compreender as palavras: 'Os anjos estão imersos na perpétua contemplação de uma glória infinita'." Viktor Frankl

Sobre o amor


Desde minha formação no curso de Psicologia, já se passaram 14 anos. Iniciei minhas atividades alternando o consultório com a saúde pública. Quando fazia o segundo ano apaixonei-me pela psicanálise. Então, a formação nesta área acabou sendo consequencia. No meio do caminho como versou Drummond sempre existem pedras. No meu elas foram tão reais quanto meu empenho em transpo-las. Assim, conheci outros teóricos da Psicologia para compreender o que encontrava em meu percurso. Homens do calibre de Frankl, Wallon e outros no campo educacional como Gardner. Bem, o que quero dizer é que as coisas mudam, os pensamentos evoluem e isto nos torna mais abertos e capacitados para os enfrentamentos de um mundo em completa mudança. Tenho me questionado fortemente quanto a formação de valores éticos, construção de laços afetivos familiares, escolares e sociais. Esta preocupação está aliada a potencialidade espantosa dos meios de comunicação em sua rápida transmissão de mensagens. Minha preocupação basea-se lá em Marcuse estudado já na Faculdade. Ele trazia muitas questões sobre a contradição transgredida e transformada em elemento simbólico único. Ainda reverbera em minha mente o exemplo da afirmação Guerra é Paz. Isto mesmo mesmo, não Guerra e Paz, Guerra é Paz. Assisti e li na sequencia um bom filme e altanmente inteligente do escritor Jorge Orwell de título 1984. Hoje, diante de meu gabinete de psicologia pasmada com a atualidade das indagações destes autores, procuro não desistir de valores muito bem formados em mim. Sem ser retrógada, aceitando e compreendendo o desejo humano, refaço estes pensamentos de modo a perguntar-me sobre os vínculos familiares. Estes mesmos... Mãe, pai, irmão, irmã, primos e primas, vizinhos... Há uma anomia... aquilo que não é e não será nominado porque não foi amado. Amado, ou seja, significado via desejo. Este é o indivíduo que recebo em uma sessão terapêutica, sem sentido, sem desejo definido, sem direção, sem alma... Aliás, a palavra desanimado é frequente. O amor e a sua expressão deverá e deve ser discutido, debatido e exercido por todos nós. O homem nada é sem este sentimento globalizante, significante e única via capaz de equilibrar as relações humanas. Para finalizar uso as palavras de um caro e muito querido amigo, "não amamos por causa de... Amamos apesar de..."