sexta-feira, julho 31, 2009

Por que dói tanto ficar longe de quem amamos?


Ficar longe da pessoa amada incomoda. Quando a saudade é muito grande
sentimos como se faltasse algo em nós. Quem já passou por isso sabe
que a angústia causada pela distância do objeto de amor e desejo pode
levar ao aumento da ansiedade, desencadear perturbações do sono e, em
casos mais graves, deflagrar a depressão. Essas reações intrigaram
cientistas que estão desenvolvendo pesquisas para identificar os
mecanismos neuroquímicos por trás desses efeitos psicológicos. Um
estudo recente trabalhou com arganazes-do-campo, roedores corpulentos
de cauda curta, que foram separados de suas parceiras por quatro dias.
Durante esse período, os animais exibiram comportamento semelhante à
depressão e aumento da corticosterona, o equivalente, nesses animais,
ao cortisol, o hormônio do stress em humanos. Machos que foram
separados de seus irmãos não mostraram quaisquer desses sintomas,
sugerindo que a resposta era relacionada, especificamente, à separação
dos parceiros sexuais – e não a situações de isolamento social. Quando
receberam uma droga que bloqueou a liberação da corticosterona, os
roedores pararam de exibir o comportamento depressivo pós-separação,
confirmando que os hormônios estavam na raiz do problema.

Os efeitos do afastamento dos parceiros lembram, em alguns aspectos, a
abstinência de drogas. “Mesmo em um curto prazo, a separação deflagra
um estado aversivo ao meio, que faz com que os arganazes-do-campo
procurem seus parceiros para não perder o vínculo”, diz o
neurocientista comportamental Larry Young, do Centro de Pesquisas
Nacionais em Primatas da Universidade de Emory e co-autor do estudo.
Outras pesquisas mostram que animais monogâmicos, que coabitam e se
reproduzem, têm níveis aumentados de oxitocina, vasopressina e
dopamina – hormônios que estimulam as ligações emocionais – em áreas
do cérebro associadas à recompensa.

Em um experimento com separação de casais humanos por um período de 4
a 7 dias, a psicóloga social Lisa Diamond, da Universidade de Utah,
observou sintomas leves de abstinência, como irritabilidade e
perturbações do sono, aumento no nível de cortisol. Os voluntários que
relataram maior ansiedade apresentaram picos nos níveis de cortisol.
Mesmo os que apresentaram baixos índices de stress tiveram, em algum
grau, níveis mais altos de cortisol e desconforto físico no período de
afastamento, em comparação a quando estavam com seus pares. Esses
resultados, assim como os encontrados nos estudos de Young, indicam
uma ligação específica entre separação e aumento do cortisol. Para
pesquisadores, isso significa que, no futuro, podem ser desenvolvidas
drogas que bloqueiem esse hormônio e ajudem as pessoas a se desligar
de um parceiro.

Estudos mostram que o laço entre pares evolui com base na ligação
entre pais e filhos e a separação nos remete a sentimentos antigos de
rejeição, vividos nos primórdios da infância. Embora a maioria dos
adultos não se recorde, quando as figuras parentais (que eram nosso
universo) se afastavam e surgia a possibilidade de perdê-las,
sobrevinha uma angústia extrema, só aplacada com o reencontro – o que
pode explicar porque sentimos as conexões atuais de forma tão intensa.
As mesmas substâncias neuroquímicas – oxitocina, vasopressina e
dopamina – têm sido associadas a ambos os relacionamentos. “As
relações românticas adultas e os relacionamentos entre pais e filhos
são fundamentalmente diferentes, mas ambas apresentam a mesma proposta
funcional: criar um direcionamento psicológico para o outro, querer
cuidar de alguém e resistir a separação”, explica Lisa Diamond. Seus
futuros estudos sobre ligações românticas, assim como os de Young,
devem focar o desenvolvimento de tratamentos para o sofrimento
associado à separação do parceiro ou a perda, bem como os transtornos
que envolvem déficits sociais, como esquizofrenia e autismo. -
Tradução Lilian Buzzetto

Erica Westly é jornalista (Revista Mente e Corpo)

quarta-feira, julho 29, 2009

Atitude



Este filme me trouxe uma profunda reflexão sobre acreditar e agir. Atitude é o resultado da crença que temos em nossa capacidade de tranformar sonhos em realidade ou mesmo a realidade em um sonho! Somos resultado de nossos pensamnetos, percepções, valores, cultura, e outras tantas influências. Incluindo a genética. Mas, nada disso nos define realmente, o que nos move é o sonho, o desejo como diria Freud! Bem, lembro de um filme bacana que vale a pena assistir para refletir. Chama-se Gataca. Conta a história de um sonhador, que supera todos os impedimentos dos seres concebidos perfeitos pela genética. O fato é que ´não há limites para a criatividade e o desejo na mente humana. Nosso pensamento pode ser livre e o sendo nossa ação poderá assim também refletir esta liberdade. Penso que a única razão que impede um ser agir conforme seu desejo é o medo da responsabilidade misturado a um processo neurótico de culpa por ser feliz em meio de gente tão cinzenta.