Meu amigo JC que fez o prefácio de meu segundo livro (talvez será publicado neste ano... adiamentos...) disse que o poema que mais ama é Bailarina de Flamenco. Fui reler este escrito e perguntei sobre a emoção em escrevê-lo... Ela está lá, pulsante em mim, a Bailarina, ela está lá. Sabem; a maternidade nos mostra um lado muito forte, no qual renunciar a si é ordem! Não é uma renúncia amarga, é amor e liberta. Porém, a mulher desejante entra em eclipse, é inevitável. Hoje na segunda gravidez, agora de uma menina, ela "a Bailarina" saltou-me novamente. Ser nãe de uma menina, gerar esta menina, ahhh, isto é uma forma profunda de se desvendar! Filha amada, VEM DANÇAR COMIGO!
Aqui o poema de Cristiane França Turnes...
Bailarina de flamenco
Já viu uma cigana girar?
Da saia vermelha intensa,
Que faz latejar o coração de quem a observa,
Surgem risos, lágrimas, alegria, dor, prazer e medo.
Já viu uma cigana girar?
Dos pés batendo forte na terra,
Que espantam o mal,
Aflora o amor.
Já viu uma cigana girar?
Ela sorri para o mundo quando gira,
Nas mãos as palmas aplaudem e convidam,
Quer que baile com ela!
Vá! Permita-se entrar neste universo.
Não tema, ela é quem faz arder a fogueira que
Ilumina a noite aquecendo a todos a quem
convida a girar.