Grupo
Operativo para educação de filhos; uma proposta para o Centro de Referência de
Ação Social – CRAS
Cristiane França Turnes Psicóloga e Mestre em Educação
O indivíduo é social não como
resultado de circunstâncias externas, mas em virtude de uma necessidade
interna. Henry Wallon
Resumo
Este artigo traz em sua
apresentação e discussão a formação, desenvolvimento e resultados da
implantação de Grupo Operativo com base em Pichón Rivière. Aspectos culturais e
de linguagem foram entendidos no contexto social no qual o grupo estava
inserido e suas repercussões no processo de educação de filhos na faixa etária
de 0 a 6 anos. O campo de ação ocorreu no CRAS (Centro de Referencia de Ação
Social) em parceria entre Psicologia e Serviço Social.
Palavras-chave
Educação;
grupos; crianças; risco social.
Abstract
This article brings in its
presentation and discussion training, development and results of the
implementation of Operational Group based Pichón Rivière. Cultural and language
were understood in the social context in which the group was inserted and its
repercussions on the education of children aged 0-6 years. The field of action
occurred in CRAS (Reference Center for Social Action) in partnership between
Psychology and Social Work.
Keywords
Education; groups; children;
social risk.
Resumen
En
este artículo se pone en su presentación y discusión de capacitación, el
desarrollo y los resultados de la aplicación del grupo operativo basado Pichón
Rivière. Cultura y lengua se entiende en el contexto social en el que se
insertó el grupo y sus repercusiones en la educación de los niños de 0-6 años.
El campo de acción se produjo en CRAS (Centro de Referencia para la Acción
Social), en colaboración entre la Psicología y Trabajo Social.
Palabras
clave
Educación,
grupos, niños, riesgo social
Introdução
Neste artigo a orientação de mães na educação de
crianças na primeira infância foi premissa para a construção das reflexões presentes.
O campo de ação no qual obtivemos as informações necessárias para compor o
trabalho trata-se do Centro de Referencia de Assistência Social – CRAS;
localizado no município de Mafra (SC).
Localizados
em áreas de maior vulnerabilidade social, os CRAS são equipamentos
socioassistenciais que funcionam como unidades públicas estatais de base
territorial. Eles atuam com famílias e indivíduos em seu contexto comunitário,
a fim de orientá-los e possibilitar o fortalecimento desses vínculos. De acordo
com a PNAS/2004, cada CRAS deve realizar – sob a orientação do gestor municipal
de assistência social – o mapeamento e a organização da rede socioassistencial
de proteção básica, além de promover a inserção das famílias nos serviços
socioassistenciais locais. Cabe também ao CRAS encaminhar a população local
para as demais políticas públicas e sociais, possibilitando ações
intersetoriais. Para a Política Nacional de Assistência Social, são
considerados serviços de proteção social básica aqueles que potencializam a
família como unidade de referência, visando a convivência, a socialização, o
acolhimento e o protagonismo dos usuários. Esses serviços devem ser prestados,
preferencialmente, em unidades próprias dos municípios, levando-se em conta a
importância da articulação das três esferas governamentais (municipal, estadual
e federal). A coordenação e as normas gerais cabem ao governo federal, enquanto
que a coordenação e a execução dos programas ficam a cargo de Estados, Distrito
Federal e municípios. Com a aprovação da Política Nacional de Assistência
Social e com a implantação e implementação do SUAS, o Brasil faz a
reestruturação orgânica da política pública de assistência social. Na
perspectiva socioterritorial, os municípios brasileiros são referências
privilegiadas. (Impresso Brasil, 2007, Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome)
Fortalecer
laços afetivos entre mães e filhos; propiciar conhecimento para mulheres sobre
aspectos educacionais importantes no desenvolvimento psíquico de crianças; estimular
o grupo na busca por novos meios de condução familiar; criar um espaço
alternativo de apoio e reflexão no entendimento de problemáticas individuais e
coletivas facilitando o surgimento de soluções e favorecer a utilização
positiva de serviços e políticas sociais compuseram os principais aspectos que
a equipe do CRAS considerou como importantes serem considerados na metodologia utilizada
com a comunidade local. A metodologia eleita foi o Grupo Operativo.
Pensar
na oportunidade do encontro, entre indivíduos que compartilham a mesma
experiência, pode ser um desdobramento para a o afloramento de capacidades e
habilidades no manejo do quotidiano derivadas da experiência conjunta.
Transformar esta experiência em um projeto criativo de ação e interação
oportuniza não somente o crescimento individual, bem como, o surgimento de um
potencial renovado na coletividade.
Trabalhar
em grupos operativos facilita o profissional envolvido indicar mudanças
possíveis além do individualismo do referencial clínico. Há o enfrentamento da
realidade, contudo, o apoio no grupo torna-se consistente à medida que soluções
ganham espaço. A liberdade do sujeito que compartilha o grupo é preservada e
sua opção na falar e expor seus sentimentos é sempre opcional.