sábado, março 08, 2008

Non, Je Ne Regrette Rien (tradução)

Non, Je Ne Regrette Rien - Não, Eu Não Lamento Nada
Non, rien de rien - não, nada de nada
Non, je ne regrette rien - não, eu não lamento nada
Ni le bien qu'on m'a fait - nem o bem que me fez
Ni le mal, tout ça m'est égal - nem a dor, tudo aquilo
sou eu mesmo
Non, rien de rien - não, nada de nada
Non, je ne regrette rien - não, eu não lamento nada
C'est payé, balayé, oublié - nem o bem que está
acabado e esquecido
Je me fout du passé - eu tiro sarro do passado
Avec mes souvenirs - com minhas recordações
J'ai allumé le feu - eu acendi o fogo
Mes chagrins, mes plaisirs - minhas aflições, meus
prazeres
Je n'ai plus besoin d'eux - eu não os preciso mais
Balayés mes amours - meus amores idos
Avec leurs trémolos - com seus tremores
Balayés pour toujours - sempre esquecidos
Je repars a zéro - Eu parto com nada
Non, rien de rien - não, nada de nada
Non, je ne regrette rien - não, eu não lamento nada
Ni le bien qu'on m'a fait - nem o bem que me fez
Ni le mal, tout ça m'est bien egál - nem a dor, tudo
aquilo eu sou
Non, rien de rien - não, nada de nada
Non, je ne regrette rien - não, eu não lamento nada
Car ma vie, car mes joies - porque minha vida, minhas
alegrias
Pour aujourd'hui - para hoje
Ça commence avec toi - começam com você

Edith Piaf
O problema de mentir é que isso vai depender de o mentiroso ter uma clara noção da verdade a ser escondida. Nesse sentido, a verdade, mesmo aquela que não aparece em público, tem uma primazia sobre toda falsidade.
Hannah Arendt foi filósofa alemã naturalizou-se norte-americana (1906 - 1975)


Pensei profundamente sobre essa frase de Hannah Arendt. A questão da verdade parece tão distante de nossa realidade: o que recebemos de informações corresponde ou não àquilo que está de fato acontecendo? Falar sobre si mesmo, muitas vezes, se torna uma completa mentira. Como partidária da psicanálise percebo como usamos máscaras e é a árdua tarefa de retirá-las pois, muitas vezes, dependemos delas para sobreviver. Ontem, ouvi o presidente discursando sobre as mudanças a serem realizadas em algumas favelas no Rio de Janeiro através dos recursos do PAC. Fiquei dividida, não sabia o que pensar. Principalmente quando o mesmo se referiu a mudança de autoconceito dos moradores. Então, durante um momento, o repórter que narrava a matéria antecipou a preocupação em aproveitar o momento e inserir metas educacionais nesses ambientes tão excluídos. Acreditei um pouco mais na possibilidade de dar certo a ação do governo. O ser humano precisa aprender para evoluir em suas escolhas, para acreditar ser possível mudanças e pensar por si próprio em sua condição. A banalização do mal, como conceitua a filósofa Hannah Arendt, em minha opinião, está baseada no descaso e marginalização do homem. Nossos problemas sociais são imensos, as diferenças estabelecidas durante anos de corrupção e descaso construíram uma descrença na capacidade do indivíduo de transcender. Mais do que nunca, esgostos reais e imaginários devem ser tratados com interesse e persistencia para encontrar a liberdade de existir plenamente e sem mentiras. Espero, sinceramente, que as pessoas lutem por sua dignidade e não aceitem a barbárie a qual foram relegadas.