quinta-feira, dezembro 17, 2009

Para um amigo ausente


Há um certo tempo, não muito, por uma razão que desconheço passei a me relacionar por email com uma pessoa que, como eu , apreciava poesia. Fomos aos poucos trocando reflexões profundas, falávamos sobre a vida e suas manifestações mais prosaicas. Em  nossos sentimentos chegamos a voar em versos. Naquela época, minha situação pessoal era conflituosa, um amor condenado a fatalidade desde seu princípio, uma carga de trabalho impiedosa, vaidades, jogos de poder... Não era eu, mas, uma outra persona minha peleando por objetivos que acreditava serem sinceros. Eram mentiras sinceras, afinal. Mas, este amigo tão doce me trazia um vento suave na face. A brisa serena de um mar calmo. A minha alegria ao receber seus conselhos, suas palavras, foi me tornando dependente daquela "presença". Era falar ao espelho? Era falar com meu eco? Talvez, era apenas falar com alguém que possuia afinidades com minha própria cartografia. Não havia nada de mais alegre no meu dia quando, na caixa postal, encontrava um poema, uma frase, risos imaginados. Não havia julgamentos em nossas conversas, havia apenas simplicidade de um banco de praça como escreveu-me um dia. Mas, algo aconteceu em um momento que muitas cisões e quebras vieram para minha vida. Eu não sustentei um diálogo sobre a morte no qual, meu caro amigo, contava-me sobre o suicídio de uma antiga colega. Houve uma mudança no mar, tornou-se tempestuoso. Não pudemos mais dar continuidade a nossa linda canção estabelecida em muitos diálogos. Eu fiquei muito tempo "out", precisava recuperar-me de muitos cortes. Percebi que ele também precisou provocar um rompimento. Escreveu-me um último email com palavras duras. Eu me entristeci com tantas coisas e, de modo estranho, mesmo diante das turbulências nunca deixei de lembrá-lo. Um caro amigo que como o vento tentei segurar por instantes. "Há perigo na esquina" cantou Elis, a esquina virtual talvez seja tão perigosa quanto a esquina real. Mas, posso dizer que encontrei um belo sentimento de amizade nesta possibilidade a mais do mundo virtual. Concluo com uma frase emprestada que não pude lhe dizer e, agora, sopro ao vento


...faz de conta que ela nao estava chorando por dentro -
pois agora mansamente, embora de olhos secos, o coração estava molhado;
ela saíra agora da voracidade de viver. Clarice lispector


sexta-feira, dezembro 11, 2009

Violência e virtude



Uma leitora que tem filhos de oito e nove anos está preocupada, como muitos outros pais, com o impacto que a violência urbana e a falta de ética pública têm sobre a formação e o comportamento das crianças e quer saber como tratar a questão.
Ela diz que não há como escapar: mesmo acidentalmente, os filhos assistem a noticiários que mostram cenas de violência e ouvem colegas contarem histórias de assaltos sofridos pelos pais. Além disso, diz que percebe que exemplos negativos expostos pela mídia, como policiais e políticos envolvidos em corrupção, são absorvidos pelas crianças.
Ela cita exemplos para mostrar que sua preocupação faz sentido. Um dos filhos fez uma redação na escola em que o desfecho da história é a polícia ser dominada por ladrões; o outro contou que uma das brincadeiras prediletas no recreio é a busca de um tesouro imaginário, e os colegas que atrapalham a descoberta são amarrados -imaginariamente, é claro. E tem mais: os filhos brincam de pegar dinheiro e esconder nas meias, por exemplo.
Isso me lembrou uma conversa que tive com um pai. Ele me disse que considerava até salutar que brincadeiras infantis colocassem o bem contra o mal, mesmo que dramatizassem a violência. O maior problema, para ele, era que percebia ser cada vez mais comum o mal vencer o bem no fim.
Uma constatação que já fiz é a de que muitas crianças se orgulham de serem maus alunos ou de terem comportamentos agressivos mesmo quando penalizados por isso, e de que outros se constrangem pela dedicação ao estudo porque são tachados de "nerds".
Não é de hoje que as crianças têm maus exemplos dos adultos. Aliás, é no mundo adulto que se localizam as mazelas do mundo. Neste, a violência sempre esteve presente, tanto quanto a corrupção. Hoje, talvez sejam mais expostas publicamente, e, como as crianças estão mais expostas ao mundo adulto, de fato estão mais vulneráveis a esses eventos. A questão de nossa leitora é como tratar isso com as crianças.
Em primeiro lugar, é importante que, sempre que os filhos se refiram ou tenham contato com fatos desse tipo, os pais manifestem sua opinião sobre eles. Para muitos, parece óbvio que as crianças entenderão como fato negativo. Pode ser, mas, para que não o absorvam, precisam das palavras orientadoras de seus pais.
Os pais também podem apontar as pessoas envolvidas em situações de violência e corrupção como exemplos a não serem seguidos porque, afinal, a vida deve ser vivida com ética e respeito.
Mas o mais importante é que os pais ensinem e cultivem em seus filhos as virtudes. Num mundo individualista, competitivo e de grande anseio de consumo, qualidades como compromisso, justiça, generosidade, compaixão, gratidão, humildade, simplicidade, tolerância e doçura, entre outras, parece que perderam sentido. Não: são as virtudes que possibilitam uma vida boa com os outros e isso é essencial para uma boa vida pessoal.


Folha Equilíbrio
Escrito por Rosely Sayão

quinta-feira, dezembro 10, 2009

No príncipio...




No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens; a luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.

segunda-feira, dezembro 07, 2009

Maior que o mundo


E não há nada pra comparar
   
Para poder lhe explicar
       
Como é grande o meu amor por você
            
Nem mesmo o céu, nem as estrelas
       
Nem mesmo o mar e o infinito
         
Não é maior que o meu amor
              
Nem mais bonito

sábado, novembro 28, 2009

Vazio


Falar sobre o sentimento de vazio é algo que não se deve fazer publicamente. Geralmente, devemos passar uma impressão de felicidade e de realização. Quando se fala do vazio é porque não se é grato por nada. Não estou falando aqui da depressão, como doença e expressão de uma existência sem sentido. é um outro sentimento, mais sutil e não tão perceptível. Usamos máscaras para dizer de outras personas e não da nossa essencia. O vazio está lá, não é o tédio, é o vazio mesmo. Um espaço rarefeito que um dia sem entender as consquências chegamos e nunca mais saímos completamente. Chorar não é sua expressão e nem tão pouco uma indeferença Blues. Não é um lugar qualquer, é o lugar da verdade. Poucos chegam lá e voltam capazes de manter a lucidez. Gosto da fênix e sua reaparição das cinzas. O vazio é este estado cinzento entre as chamas e a ressurreição. As chamas e as cinzas sempre estarão lá, porém, houve algo que impediu que se perpetuassem. O vazio é uma verdade interior que uns chegam por suas próprias pernas, outros, ingenuos, delicados são arrastadas de modo incauto. Tem uma canção do legião que fala assim, "agora tanto faz, estamos indo de volta pra casa." Quem encontrou-se com este estado cinzento sabe que retornar não é opção é ressureição.

sábado, novembro 21, 2009

Arthur Bispo do Rosário


Em uma ocasião de minha vida precisei de muita força para seguir em frente. Em um momento de reflexão fui sem muito esperar passear no MOM aqui em Curitiba. Minha surpresa ao me deparar com uma exposição do artista e "alienado" Arthur Bispo do Rosário. Sabem, era um destes momentos divisores de águas para mim. Eu iria encontrar mares bravios lá adiante, medo e angústias me cobriam a alma em um manto escurecido por tintas cinzentas. Neste contato com a profunda sabedoria da loucura de Bispo do Rosário, encontrei o menino que se dizia Jesus e bordava magnificamente em ponto corrente seu deslumbrante manto de menino-Deus. Homem que se protegeu da outra loucura e guardou nos muros de um hospício a sensibilidade de criança que aprendeu bordar vendo a mãe. Bordados todos para o mundo sagrado, para as procissões do menino Jesus e seu manto protetor azul-céu. Minha sensibilidade estava em risco e minha alma, naquela época, também. Percebi ali, com o alienista que a loucura é refúgio para pessoas muito sensíveis, que sentem profundo amor e ligação com a vida. A delicadeza do bordado e a ordem de seus pensamentos me deram a certeza de que não era correto chamá-lo de louco. Loucura estava do lado de fora para aquele grupo de malucos beleza expondo ali. Loucura de gente que dirige sem limites, que anda armada, que grita e bate nos filhos imputando suas frustações, seus medos e depressão, loucura de gente que trai seus princípios e vende o que lhe é mais precioso por tão pouco. Loucura está neste mundo que cobre a face e aprisiona o corpo de mulheres, que mata pacifistas e manda bater em mulheres que escrevem Cuba é uma prisão. Estou cada vez mais certa que a loucura é apenas refúgio da alma, que está quase morrendo de tanto implorar por amor.

quinta-feira, novembro 19, 2009

Brasil cresceria mais se jovens concluíssem o Ensino Médio



“O Brasil deixa de crescer 0,5 ponto percentual por ano, porque um grande contingente de jovens não conclui o Ensino Médio. Em 40 anos deixaremos de ganhar R$ 300 bilhões (16% do PIB). O governo tem que investir pesado nessa fase escolar”. A afirmação é da doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) Wanda Engels. Durante o seminário “Juventude Urbana: Inquietações e Perspectiva”, realizado no Centro Ruth Cardoso, na última terça-feira (17/11), em São Paulo (SP), a doutora debateu a situação do Ensino Médio a partir de dados de uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que analisa a situação dos jovens brasileiros.


Os números mostram que de 2004 a 2006 mais de 3 milhões de alunostinham se matriculado na 1ª série do Ensino Médio, porém apenas 1.858.615 chegaram ao final da etapa escolar. Dos concluintes, apenas 1.311.533 ingressaram nos cursos no Ensino Superior. Os motivos da desistência são diversos, porém o mais apontado é a falta de interesse. “Atualmente temos fora da escola 17,9% na faixa dos 15 a 19 anos e 68,3% na faixa que vai dos 18 a 24 anos. Para completar, o maior índice de mortalidade é dos 20 aos 24 anos”, advertiu a doutora.
O trabalho para o jovem - De acordo com a socióloga Helena Abramo, o desemprego é um dos pontos mais angustiantes para os jovens, pois o trabalho é considerado essencial para se ter uma vida confortável. Além disso, a


experiência é considerada pelo mercado como aspecto mais importante do que a escolaridade. Helena chegou a essa conclusão após uma análise feita a partir de uma pesquisa realizada pelo Ibope no país inteiro, que sinalizou que 41,6% dos jovens tinham essa opinião. Na questão da desistência por parte dos alunos de frequentar as salas de aula, a pesquisa do Ibope trouxe um importante dado: nem todo jovem sai da escola para trabalhar e manter a família. “Muitos jovens preferem trabalhar a estudar porque vivem em uma sociedade de consumo e necessitam obter bens materiais. É uma geração extremamente conectada e que exige uma demanda forte por cultura e informação. É uma faixa que cada vez mais é desestimulada a estudar não somente pela família ou pela comunidade, mas pela sociedade em si”, afirmou Helena.
 
Rafael Carneiro da Cunha

terça-feira, novembro 17, 2009

Sugestão de filme do blog da Rosely Sayão


Recomendo um Curta-Metragem,  "A Invenção da Infância", da diretora Liliana Sulzbach, que permite  reflexão sobre a questão do trabalho infantil. O link para assistir é: http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=672

O mito do amor romântico


Estou desenvolvendo um trabalhho de escuta e orientação para mulheres em um programa do Estado e Município sobre a Saúde da Mulher. A questão dos relacionamentos entre casais sempre está presente como tema nestes momentos com minhas pacientes. O amor e a idealização entre homem e mulher são situações geradoras de stress e doenças emocionais. Isto vale para os dois lados. Em 1990, minha entrada na faculdade de Psicologia, ouvimos uma palestra sobre o tema feminino. O professor, um psicanalista, concluiu com a frase famosa de Freud "O que quer uma mulher?" Parecia que a culpa dos buracos nas relações eram sempre reportados ás mulheres e sua fatalística histeria. Acreditei nisto na época. Me defini tão histéria e vítima dos "buracos" maternos tanto quanto todas as mulheres. Hoje, penso que não é bem assim... O feminino está em tudo, isto eu sei. As mães estão aí gerando e educando seus filhos homens e mulheres conforme seus próprios preconceitos. Sei também que os homens perpetuam "seus buracos" maternos. Uma rodovia sem manutenção e fácil de causar acidentes é o que resulta esta buraqueira! Um caos. Vejo homens que casam e, assim mesmo, acreditam poder manter relacionamentos extras conjugais. Sexo é sexo, amor é amor. As novelas, uma apologia à mentiras deslavadas sobre mulheres heroínas e homens protetores. Somos humanos, "demasiadamente humanos". Cheios de ilusões e crenças inadequadas, claro, alguns valores bacanas, certo senso de ética. Mas, o negro do mundo não é a mulher, nem tão pouco o homem. É sim, o humano. Forte sou aqui neste momento, noutro despenco. Feliz somos juntos, de repende surge uma pedra no caminho. Perdão? Dia dessses aconselhei um senhora muito elegante, nos seus cinquenta e poucos anos, que seria melhor mesmo o perdão para uma traição que ocorrreu em seu casamento. Dei uma de mulherzinha? Acredito que não. Vejam, foram 37 anos de casamento feliz, filhos criados, muita luta, construção de patrimonio, netos... Putz!! Banhos de banheira com sais aromáticos e tudo... Bah, o marido traiu, escorregou feio. Foi dar um de macho alfa aos sessenta, mulher nova e um pouco de pornografia. Escorregou. Perdoar não é para qualquer um não! A alegria e a tristeza fazem parte do juramento. Disse sabiamente esta senhora.


- sabe Cris, deixá-lo teria mais justificativa por outros motivos. Quantas vezes me senti só e frágil e achei que o casamento não era viável, fiquei. Suportei fragililidades muito maiores dele quando estavmos batalhando nosso pão e dos nosssos filhos. Fomos amigos e sobrevivemos amorosamente a isto!


Penso, também, se a história fosse inversa. O marido perdoaria esta mulher maravilha? Onde está a validade disto se fosse o oposto? Não estou falando de uma mulher mal amada, mal intelectualmente ou financeiramente. Estou falando de uma mulher bonita, plena nos seus cinquenta anos e capaz de tocar sua vida sozinha, se assim o fosse.


Eu já fui traída em outras relações, não foi bom e não foi fácil suportar a traição. Eu já me vi desprotegida pelo homem que amo, também não foi fácil... Mas, a força do amor nos faz aceitar falhas, perdoar e tocar em frente. E aos homens? Eles sabem lá o que é isto, ou, se escondem em seu mundo masculino, ausente de sensibilidades... Amores exclusivos de suas mamães... Devemos pensar bem como educar pessoas para que em seus relacionamentos futuros possam realmente ter a felicidade do encontro e não serem apenas dois seres em colisão constante.


Amar é possível se olharmos um para o outro sem as máscaras.

quarta-feira, novembro 11, 2009


Enquanto houver sol (2003)
Sérgio Britto


Quando não houver saída
Quando não houver mais solução
Ainda há de haver saída
Nenhuma ideia vale uma vida
Quando não houver esperança
Quando não restar nem ilusão
Ainda há de haver esperança
Em cada um de nós, algo de uma criança


Enquanto houver sol, enquanto houver sol
Ainda haverá
Enquanto houver sol, enquanto houver sol


Quando não houver caminho
Mesmo sem amor, sem direção
A sós ninguém está sozinho
É caminhando que se faz o caminho
Quando não houver desejo
Quando não restar nem mesmo dor
Ainda há de haver desejo
Em cada um de nós, aonde Deus colocou


Enquanto houver sol, enquanto houver sol
Ainda haverá
Enquanto houver sol, enquanto houver sol

sexta-feira, novembro 06, 2009

quinta-feira, novembro 05, 2009

A partida




Daigo Kobayashi (Masahiro Motoki) é um devotado violoncelista de uma orquestra que foi dissolvida. Ele retorna para sua cidade natal com sua jovem esposa e procura por um novo emprego. Começa um trabalho como um preparador de cadáveres para funerais que aceitou sem saber do que se tratava. Passa a refletir sobre a vida e a morte através desta inusitada atividade.


Esta é a sinópse de um dos mais belos e sensíveis filmes que assisti. A delicadeza de cada gesto dos atores e a sutil maneira de expressão fazem-nos admirar cada momento visto na tela. Incrível a concepção sobre vida e morte, sobre a passagem das pessoas em nossas vidas e seus significados em cada fase de nossa jornada. Não tem como não gostar!!!!


Há um detalhe no filme sobre mensagens em pedras que, para mim, é pura poesia.


A vida é uma oportunidade única e o aqui e agora é tudo o que temos, depois, mistério e fé.

terça-feira, novembro 03, 2009


Em 1887, o senhor e a senhora Cassatt foram se juntar às filhas em Paris. Mary gostava da companhia dos pais, apesar de seu pai continuar a implicar com sua escolha de vida. Muito cedo na vida ela tinha decidido que sua carreira e seus objetivos eram incompatíveis com o casamento. Lydia, que tinha saúde frágil e era frequente adoecer, também não se casara. Logo após a exposição de 1881, foi o que aconteceu: Lydia adoeceu e dessa vez, sua mãe também. Mary largou a pintura para cuidar das doentes. Lydia não recuperou a saúde e faleceu em 1882, mas a Sra. Cassatt ficou boa e Mary pode recomeçar a carreira.

Enquanto a maioria de seus colegas Impressionistas se fixava em paisagens e cenas de rua, Mary tornou-se conhecida pelos retratos. Ela gostava, sobretudo, de pintar mulheres em ambientes domésticos, especialmente mães com filhos. Mas ao contrário das madonas e querubins da Renascença, seus retratos eram muito pouco convencionais, diretos e fieis à realidade. Uma conhecida estudiosa das Artes Plásticas, a americana Gemma Newman, observou que “o objetivo de Cassatt era demonstrar a força e não a doçura das mulheres; a vida real, e não o sentimentalismo ou o lirismo”.

quarta-feira, outubro 28, 2009


Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado:

pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as INCOMPREENÇÕES é que se ama verdadeiramente.

Clarice Lispector

sexta-feira, outubro 23, 2009

Save Childs Heart


Atidude independente das fronteiras físicas, religiosas e psíquicas salvam vidas de crianças no mundo. A ONG Save Childs Heart está localizada em Israel e são responsáveis pela manutenção e plenitude da vida de muitas crianças que precisam de uma cirurgia cardíaca. Há muito para fazer neste planeta por pessoas que não possuem recursos para viver e salvar seus filhos sozinhos. O amor pode ser libertador quando esquecemos as diferenças que nos separam.

http://www.saveachildsheart.org/

quinta-feira, outubro 22, 2009

quarta-feira, outubro 21, 2009

Devaneios 1




Morro para tudo que não fui e tudo aquilo que não escolhi.

Quantas vidas não conhecerei? Quantos “eus” não saberei.

Cada minuto é um enterro, em cada piscar um morto.

Morro de mim incessantemente a cada idéia nova e a cada memória perdida.

fica um pouco de mim por onde passo, como fotografias soltas no chão. São corpos na estrada.

Não sou nem os cadáveres que ficaram, nem este que aqui está.

Sou uma escolha que escolhe mesmo nada fazendo.

Sou todos os caminhos que deixei de optar na estrada.

Sou a soma todas as vidas que morri. Infinitas mortes. Em infinitos mundos agora tão distantes.

Se escolher é viver não ter escolhido é morrer.

Só podemos fazer uma escolha por vez, mas “não escolhemos” infinitas escolhas de uma vez.

Por que são infinitos os caminhos, mas é única a escolha.

Mais morro que vivo. Sou um morto de possibilidades.

Morrem minhas crenças para que outras surjam

morre minhas células para que outras vivam.

Morre todos os amores de todas as mulheres que não amei para que uma floresça.

A cada letra que escolho deste texto morto, milhares de palavras não escolhidas são enterradas nos silêncio das frases não ditas.

Infinitas são as letras que não optei a cada instante que você lê estas palavras.

Eu morri para todas estas poesias.

Morri para os livros e para as bibliotecas.

Morri para a grama no parque, chapinhas em poças d’água.

Morri para o beijo que não te dei ontem e para as cerejas nos copos não bebidos.

Morri para os gritos e as declarações de amor.

Morri para tua mão sobre a minha e para o teu rosto no meu peito.

Morri para o cheiro podre e para o perfume que não usou.

Morri para o vestido branco que nunca teve e para o susto no espelho.

Morri para a falta de tempo de estar contigo e para todo o tempo que eu estive comigo.

Morri quando eu dormia, morri quando tu acordavas.

Morri para todos os teus sorrisos e lagrimas em todos os teus anos até aqui.

Morri para o teu passado morri para o meu futuro.

Morri de livre arbítrio.

Mas hoje, agora, neste momento, que já passou em dias, eu escolhi morrer para tudo apenas para estar com você.

Minhas mortes me levaram até aqui.

Assim como um herói que sacrifica inúmeras vezes sua vida para colher um breve momento eu morri para viver estes instantes com você ao teu lado.

Por que são destes momentos que nasce a vida,

e são destes instantes que se faz uma existência.


Fonte http://www.monjacoen.com.br/textos-budistas/poesias/106-devaneios-1

Veredas


As direções que tomamos nem sempre nos levam exatamente onde gostaríamos de estar. Aquilo que mais negamos é aquilo que geralmente nos define. Há tempos ando refletindo acerca de tudo aquilo que sempre neguei em mim e o quanto isto eclodiu em um determinado momento de minha vida mudando todos os rumos mesmo contra minha vontade. Antes de mim, outros brilhantes pensadores já disseram isto com muito mais propriedade. As sendas, as veredas de nossa mente são desbravadas a cada momento de confrotamento e nem sempre tomamos a direção certa neste grande sertão da alma humana. Quanto de mim se perdeu de modo irremediável em momentos cruciais. Tive como qualquer pessoa de reinventar-me com os fragmentos de cristal que encontrei após a quebra. Quantas lições estranhas de voz inconsciente e inaudível a lógica racional deixaram de ser ouvidas, aprendidas e superadas por mim. Refazer os passos, mas, agora caçando a mim mesma como descrito naquela linda melodia. As veredas, ah quantas veredas... Lembro ainda hoje de uma cena que vivi em minha infância que, talvez, ilustre o que eu estou escrevendo aqui. Meu avô Josef, um polonês típico, alto de olhos azuis radiantes, estava sentado na varanda da casa dos meus pais. Esta casa tem uma visão ampla do horizonte porque fica bem no alto. Ele olhava para um ponto longe, bem longe. Eu, com meus 6 anos incompletos me aproximei daquele homem que me causava tanta admiração e perguntei.
Avô o que está buscando lá longe?
Ele com olhos marejados respondeu...
Filha, busco uma coisa que não existe mais... A minha Polônia.
Ainda é forte a emoção que tive, porque sabia que o país dele ainda existia na geografia. Mas, não se tratava do país físico, era o país afetivo. O imigrante vive como quem está em exílio permanente. Meu avô, um homem tão forte e altivo, também chorava. Jamais teria sua Polônia e eu que o amava não poderia lhe dar de presente sua terra natal, sua esperança, o colo de sua mãe. Nada podemos fazer quando algo se perdeu para nós, aliás, podemos sim caminhar sem olhar para trás. Enterrar nossos mortos reais ou imaginários. Amores antigos, trabalhos anteriores, sonhos não realizados ou realizados. Tudo é passagem, o tempo é imperativo. O que fica então? Quais são as possibilidades para o caminhante? Não percebi quando, mas, derepente entendi que minha Polônia também não existe mais, não posso mais voltar e ninguém pode me devolvê-la. Outro país deve ser construído em mim, alguns personagens ficam na memória como heróis ou antagonistas de nossa memória. Somente lembranças, algumas embalam momentos de nostalgia, outras, é melhor manter em silêncio. Porém, as vezes, descobrinho as novas veredas neste novo país lágrimas crescem nos olhos, saudades do que não fui.

terça-feira, outubro 20, 2009

Não deixe morrer!!!!!



Quando fiquei grávida, imediatamente a noção de maternidade recaiu sobre mim. Mas, não a maternidade exclusiva entre eu e meu pequenino bebê. Ser mãe me pareceu uma questão mais ampla, envolveu-me em um senso de preservação e amor tão profundo que me leva a atitudes cotidianas como me abaixar para recolher um lixo que alguém jogou pela janela do carro. Antes, eu já me sentia uma pessoa com certos valores, mas, agora parece que tudo assume proporções imensas!!! Caiu a ficha!!! Ninguém quer perder sua casa em uma tempestade quando bueiros entupidos devolvem o lixo que desavisados jogam pela janela de seus carros. Mas, muita gente perde... E eu fico olhando isto e me dá um desespero e desejo sair gritando para todos aprenderem a cuidar da nossa grande casa. Isto é a maternidade verdadeira que está impregnada em mim, o senso de preservação e exaltação da vida. Alegria, Paz e Amor. Quero um mundo que se REENCANTE com seus detalhes, suas pessoas, seus ciclos. Quero um filho bacana que saiba disto e aprenda a cuidar também do planeta. Não sei o que ele vai ser, engenheiro, professor, artista... Mas, gostaria apenas que fosse alguém que ama seu planeta e a toda a vida que nele nasce.

sexta-feira, outubro 16, 2009

GAYATRI MANTRA

GAYATRI MANTRA

Om Bhur Bhuva SvahaTat Savitur VarehyamBhargo Devasya DhimaheDhy-Yo Nah Prachodayat


Ó Gloriosa Luz que ilumina os três mundos,físico, astral e causal,que Teu esplendor e Tua Graça iluminem nosso intelecto,nós Te rogamos.

quinta-feira, outubro 15, 2009

Cenário dos professores no Brasil

Portal Terra Educação, 15/10/2009
Cenário dos professores no Brasil é preocupante, diz Unesco Problemas na formação continuada dos professores e até mesmo na formação inicial, além da baixa remuneração, compõem um cenário "preocupante", de acordo com o consultor em educação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, Célio da Cunha. Ao comentar o estudo Professores do Brasil: Impasses e Desafios, lançado pela Unesco na semana passada, Cunha lembrou que os professores representam o terceiro maior grupo ocupacional do país (8,4%), ficando atrás apenas dos escriturários (15,2%) e dos trabalhadores do setor de serviços (14,9%). A profissão supera, inclusive, o setor de construção civil (4%). O especialista destaca, entretanto, que é preciso "elevar o status" do professor no Brasil. A própria Unesco, ao concluir o estudo, recomenda a necessidade de "uma verdadeira revolução" nas estruturas institucionais e de formação. Dados da pesquisa indicam que 50% dos alunos que cursam o magistério e que foram entrevistados disseram que não sentem vontade de ser professores. Outro dado "de impacto", segundo Cunha, trata dos salários pagos à categoria 50% dos docentes recebem menos de R$ 720 por mês. O estudo alerta para um grande "descompasso" entre a formação teórica e a prática do ensino. Para Cunha, a formação do docente precisa estabelecer uma espécie de "aliança" entre o seu conteúdo e um projeto pedagógico, para que o professor tenha condições de entrar em sala de aula.
Como recomendações, a Unesco defende a real implementação do novo piso salarial e a política de formação docente, lançada recentemente. Cunha acredita que esses podem ser "pontos de partida" para uma "ampla recuperação" da profissão no Brasil. "Se houver continuidade e fazendo os ajustes necessários que sempre surgem, seguramente, daqui a alguns anos, podemos ter um cenário bem mais promissor do que o atual", disse, ao ressaltar que sem professores bem formados e com uma remuneração digna não será possível atingir a qualidade que o Brasil precisa para a educação básica. "Isso coloca em risco o futuro do país, por conta da importância que a educação tem em um mundo altamente competitivo e em uma sociedade globalizada."

quarta-feira, outubro 14, 2009

Este sexo é feminino

Bunda mole é ?

Belinha acordou às seis, arrumou as crianças, levou-as para o colégio e voltou para casa a tempo de dar um beijo burocrático em Artur, o marido, e de trocarem cheques, afazeres e reclamações.

Fez um supermercado rápido, brigou com a empregada que manchou seu vestido de seda, saiu como sempre apressada, levou uma multa por estar dirigindo com o celular no ouvido e uma advertência por estacionar em lugar proibido, enquanto ia, por um minuto, ao caixa automático tirar dinheiro.

No caminho do trabalho batucava ansiedade no volante, num congestionamento monstro, e pensava quando teria tempo de fazer a unha e pintar o cabelo antes que se transformasse numa mulher grisalha.

Chegando ao escritório, foi quase atropelada por uma gata escultural que, segundo soube, era a nova contratada da empresa para o cargo que ela, Belinha, fez de tudo para pegar, mas que, apesar do currículo excelente e de seus anos de experiência e dedicação, não conseguiu.

Pensou se abdômen definido contaria ponto, mas logo esqueceu a gata, porque no meio de uma reunião ligaram do colégio de Clarinha, sua filha mais nova, dizendo que ela estava com dor de ouvido e febre.

Tentou em vão achar o marido e, como não conseguiu, resolveu ela mesma ir até o colégio, depois do encontro com o novo cliente, que se revelou um chato, neurótico, desconfiado e com quem teria que lidar nos próximos meses.

Saiu esbaforida e encontrou seu carro com pneu furado.
Pensou em tudo que ainda ia ter que fazer antes de fechar os olhos e sonhar com um mundo melhor.

Abandonou a droga do carro avariado, pegou um táxi e as crianças.

Quando chegou em casa, descobriu que tinha deixado a porra da pasta com o relatório que precisava ler para o dia seguinte no escritório!

Telefonou para o celular do marido com a esperança que ele pudesse pegar os malditos papéis na empresa, mas a bosta continuava fora de área.

Conseguiu, depois de vários telefonemas, que um motoboy lhe trouxesse a porra dos documentos.

Tomou uma merda de banho, deu a droga do jantar para as crianças, fez a porcaria dos deveres com os dispersos e botou os monstros para dormir.

Artur chegou puto de uma reunião em São Paulo, reclamando de tudo.
Jantaram em silêncio.

Na cama ela leu metade do relatório e começou a cabecear de sono. Artur a acordou com tesão, a fim de jogo. Como aqueles momentos estavam cada vez mais raros no casamento deles, ela resolveu fazer um último esforço de reportagem e transar.

Deram uma meio rápida, meio mais ou menos, e, quando estava quase pegando no sono de novo, sentiu uma apalpadinha no seu traseiro com o seguinte comentário:



-Tá ficando com a bundinha mole, Belinha... deixa de preguiça e começa a se cuidar..

Belinha olhou para o abajur de metal e se imaginou martelando a cabeça de Artur até ver seus miolos espalhados pelo travesseiro! Depois se viu pulando sobre o tórax dele até quebrar todas as costelas! Com um alicate de unha arrancou um a um todos os seus dentes depois deu-lhe um chute tão brutal no saco, que voou espermatozóide para todos os lados! Em seguida usou a técnica que aprendeu num livro de auto-ajuda: como controlar as emoções negativas. Respirou três vezes profundamente, mentalizando a cor azul, e ponderou. Não ia valer a pena, não estamos nos EUA, não conseguiria uma advogada feminista caríssima que fizesse sua defesa alegando que assassinou o marido cega de tensão pré-menstrual... Resolveu agir com sabedoria. No dia seguinte, não levou as crianças ao colégio, não fez um supermercado rápido, nem brigou com a empregada. Foi para uma academia e malhou duas horas.. De lá foi para o cabeleireiro pintar os cabelos de acaju e as unhas de vermelho. Ligou para o cliente novo insuportável e disse tudo que achava dele, da mulher dele e do projeto dele. E aguardou os resultados da sua péssima conduta, fazendo uma massagem estética que jura eliminar, em dez sessões, a gordura localizada. Enquanto se hospedava num spa, ouviu o marido desesperado tentar localiza-lá pelo celular e descobrir por que ela havia sumido. Pacientemente não atendeu. E, como vingança é um prato que se come frio, mandou um recado lacônico para a caixa postal dele. - A bunda ainda está mole. Só volto quando estiver dura. Um beijo da preguiçosa... (Extraído do livro: Este sexo é feminino /Patrícia Travassos).

terça-feira, outubro 06, 2009


Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade.
Esta afirmação está no Livro de Eclesiates, comenta-se que os sábios escritos sejam de autoria do Rei Salomão. Mas, a parte da questão de autoria, este Livro da Bíblia é um dos mais interessantes que já li. A frase acima me prende a atenção há alguns anos. Penso sempre naquilo que não é vaidade? Quase tudo que fazemos, nos moldes da sociedade contemporânea, são motivados pela vaidade. O que quero aqui neste blog? Ser lida porque me sinto capaz de dizer algo interessante e bom para as pessoas que me cercam, ou ainda, pela vaidade artística? Quero ainda pensar que escrevo porque preciso, para viver mesmo! A leitura e escrita arrebentaram cedo em minha vida. Arrebentaram, assim mesmo, como o mar na rocha. Eu sou como a rocha que responde e devolve com a mesma força a água para o mar. Mas, outras vezes, sou o mar que quer atingir a rocha e modificar sua constituição. Quero eu, se almejo alguma coisa a mais nesta vida, ser como o céu. Não quero mais ser rocha ou ser mar. Ser arrebentação. Quero ser o céu infinito e ir além, não pela vaidade, sim por um sentimento de reencontro com as infinitas possibilidades de ser UNO novamente. A vaidade nada me traz ou trouxe de importante. Aliás, além deste passeio no Livro do Eclesiastes, leiam também o Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde e reflitam no quanto este sentimento pode nos corromper. Infelizmente para nosso próprio prejuízo.

Imagem marinha por Fernando Calderari

segunda-feira, outubro 05, 2009

Frederico Barbosa

Sonhos aprisionados / nessa torre / ilha / correm soltos / mar de marfim / por dentro.

Dedicar cada dia / entre tantos / inúteis momentos / a refinar / cada gesto palavra cor / ou sentimento.

Nadar no vazio alheio / movidos / por nosso sonho / claro e tácito / acordar comovido / da mente em movimento. / Nesse castelo, nossa praia / essa coragem nossa / sua presença acende. / Um mundo raro / um sonho em claro / doce recheio / sem resposta.

Sonhamos / vida (...)


http://fredbar.sites.uol.com.br




sábado, outubro 03, 2009

Sapato velho


Estava em casa assistindo o jornal sobre as olimpíadas 2016 que serão realizadas no Rio de Janeiro. Fiquei emocionada e também acabei ouvindo uma frase do presidente Lula que mexeu com meu cérebro. Disse ele mais ou menos assim... "Tem gente que veste o mesmo sapato velho pela manhã e de tão pessimista acredita que não irá servir!" Eu tenho sempre me debatido com este tipo de sentimento em relação a certas pessoas e situações. Desde criança tinha uma esperança emorne, eu acreditava, sonhava, sonhava e acreditava. Ainda sou assim. Me pergunto como é a vida sem fé e uma dose de sonho... Me cansa tanto e deixa certa tristeza quem não sabe, ao menos, acreditar. Já que sonhar nem passa pela cabeça destas pessoas. Eu prefiro ser criança mesmo nesta parte, sonhaaaaaaaaaaaar!!!

sexta-feira, outubro 02, 2009

Mário Quintana


DA FELICIDADE
Quantas vezes a gente,em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão,por toda parte,os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz

Um dos lugares mais legais que visitei em Porto Alegre foi a Casa Mário Quintana. De frente para o seu quarto naquela casa-hotel fiquei tão comovida com seus pertences ali todos deixados como na última vez que esteve "vivo" por lá. Chorei um pouquinho, mas, um sentimento de alegria me tomou por estar ali e compartilhar aquela aura poética... Amei tanto o lugar que resolvi almoçar por ali mesmo no terraço do hotel num simpático bistrô. Se forem a Porto Alegre visitem este lugar e se entreguem a este momento com inteira devoção ao poetinha!!!

quarta-feira, setembro 30, 2009

Uma das coisas que muito me emocionou em Paris foi a imagem da Sacre Coeur. Sempre fui uma pessoa que alimentou profunda fé em Jesus Cristo. Pouco me importava certas discussões inúteis sobre uma religião melhor ou pior, não há religião melhor ou pior... Para mim há apenas a fé e o amor. Cristo, o qual trago em meu nome por opção de meu pai, um mariano (eu, então, Cristiane Maria) sempre foi meu consolo, minha esperança e direção. Nada me dava mais segurança que a idéia da ressurreição. Nada me trouxe mais força do que estar imersa nesta idéia de amor que Ele delicadamente nos trouxe. Quando participo do ritual da missa e repito baixinho "ele está no meio de nós" isto me traz profunda segurança de que nada poderá me acontecer de mal. O cordeiro de Deus nos alimenta com o pão e o vinho que são símbolos maiores de seu amor por toda a humanidade. Este milagre de sentir-me filha amada e amplamente protegida assim como toda a humanidade é também amada é o milagre deste pescador de almas. Na nave central da igreja ele está lá representado belamente na imagem de um homem simples de braços abertos acolhendo todos sem restrição. Uma imagem que me fez cair de joelhos, não somente por devoção, mas, por completo arrebatamento amoroso. Amor é o sentimento de criação, somente no amor criamos e mantemos a vida. Manter a vida em sua plenitude é missão de toda pessoa que sente-se embargada por este sentimento cativante legado a nós pelo Cristo, um ser caleidoscópico, cristal puro reluzindo em milhões de cores. Nada é mais pleno do que estar neste amor, nada é mais calmo e me traz tamanha paz. Este homem-deus disse uma palavra e me sinto salva.


Adélia Prado


Com licença poética


Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.


Obra de tarsíla do amaral - manteau rouge

A arte de perder


Há um tempo atrás postei este poema de Elisabeth Bishop, autora de interessantes escritos e dona de uma história plena de vida. Hoje, diante de algumas das minhas mais profundas angústias e também diante de uma grande certeza reedito esta poesia no blog. Entendam que não sinto tirteza ou mágoa, sinto apenas desapego e ao mesmo tempo, uma garra por outras oportunidades que se apresentam. A vida é assim, nos impele para frente, depois, nos manda voltar para resgatar nossa essencia divina. Alguns tem a coragem de voltar e enfrentar seus piores fantasmas, outros acham melhor esquecer de si e ir levando. Eu não sou mulher de ir levando, sou mulher que VIVE e HONRA esta encantadora missão que me foi dada agora. Estou caminhando e sei que as "coisas vem". Não é preciso implorar, não é preciso pegar na marra. A VIDA OFERECE!!! Algum tempo atras, eu não compreendia e vivia de "migalhas e restos" como cantou Cazuza, mas, pedindo desculpas ao genial cantor, estas raspas e restos não me interessam mais. Digo a todos que cada um é pleno de um DOM muito especial, que o ser humano é BELO e PURO em sua essencia e certamentamente pode e DEVE saber disto via palavra. EU CANTO E REENCANTO por isto. ESTOU AQUI VIVA APESAR DE... AMO E CANTO!!! Colham o fruto se sentirem fome, senão, deixem-no para quem busca a palavra que tudo liberta, AMOR



o poema de Elizabeth Bishop...

“A arte de perder não é nenhum mistério;
Tantas coisas contêm em si o acidente
De perdê-las, que perder não é nada sério.
Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero,
A chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério:
Lugares, nomes, a escala subseqüente
Da viagem não feita. Nada disso é sério.
Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero
Lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas. E um império
Que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.
– Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo que eu amo) não muda nada. Pois é evidente
que a arte de perder não chega a ser mistério por muito que pareça (Escreve!) muito sério. “

sexta-feira, setembro 25, 2009

Aprender idiomas

Este site é muito legal e estou utilizando para estudar linguas. Totalmente free!!! Foi dica de minha irmã professora de alemão e expertise em germanistica, residiu na Alemanha e especializou-se por lá após forma-se na UFPR. Ela montou o curso do Centro Europeu de alemão e hoje leciona para o Colégio Estadual e UTPR. Sabe o que indica e avaliou muito bem o site!!! Para os auto-didatas como eu é uma oportunidade excelente de aprender ou treinar um idioma.


http://www.livemocha.com

quarta-feira, setembro 23, 2009

segunda-feira, setembro 21, 2009

Na estrada


Se sou eu ainda jovem,

passando por cima de tudo

Se hoje canto essa canção

O que canterei depois?


Só depois de muito tempo

comecei a refletir

Sobre os meus dias de paz...

Sobre os meus dias de luta...


São versos da canção Dias de Luta da Banda IRA! da qual fui e sou fã. Na estrada voltando de uma viagem de trabalho acabei escutando esta música e voltando aos meus dias de paz e aos meus dias de luta. Só depois de muito tempo fui entender aquele homem... Quando se sabe ouvir não precisam muitas palavras. Fui um tanto punk na adolescencia. Afinal, sou da geração coca-cola. Rodar na estrada com esta canção na cabeça e um filho em meu ventre me trouxe lembranças, me trouxe medos, me trouxe felicidade... Cantei para você esta música meu filho enquanto a estrada ficava para trás, bem para trás e depois abria-se uma nova para frente, bem para frente. Um dia verei você cantando seu rock em seu quarto e escrevendo seus poemas. Serei grata porque que diante de ti eu não serei mais jovem, mas, serei mãe e terás um pai. Serei suave para que sua vida seja linda e sua canção vivida com a mesma sensibilidade que vivi minhas canções. Amor eterno, sua mãe.

terça-feira, setembro 15, 2009

ESCRITO POR REGINA BRETT, 90 ANOS.....


















1. A vida não é justa, mas ainda é boa.

2. Quando estiver em dúvida, apenas dê o próximo pequeno passo.
3 A vida é muito curta para perdermos tempo odiando alguém.
4. Seu trabalho não vai cuidar de você quando você adoecer.
Seus amigos e seus pais vão. Mantenha contato.
5. Pague suas faturas de cartão de crédito todo mês.
6. Você não tem que vencer todo argumento. Concorde para discordar.
7. Chore com alguém. É mais curador do que chorar sozinho.
8. Está tudo bem em ficar bravo com Deus. Ele aguenta.
9. Poupe para aposentadoria começando com seu primeiro salário.
10. Quando se trata de chocolate, resistência é em vão.
11. Sele a paz com seu passado para que ele não estrague seu presente.
12. Está tudo bem em seus filhos te verem chorar.
13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem ideia do que se trata a jornada deles.
14. Se um relacionamento tem que ser um segredo, você não deveria estar nele.
15 Tudo pode mudar num piscar de olhos; mas não se preocupe, Deus nunca pisca.
16. Respire bem fundo. Isso acalma a mente.
17. Se desfaça de tudo que não é útil, bonito e prazeiroso.
18. O que não te mata, realmente te torna mais forte.
19. Nunca é tarde demais para se ter uma infância feliz.
Mas a segunda só depende de você e mais ninguém.
20. Quando se trata de ir atrás do que você ama na vida, não aceite não como resposta.
21. Acenda velas, coloque os lençóis bonitos, use a lingerie elegante.
Não guarde para uma ocasião especial. Hoje é especial.
22. Se prepare bastante, depois deixe-se levar pela maré..
23. Seja excêntrico agora, não espere ficar velho para usar roxo.
24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.
25. Ninguém é responsável pela sua felicidade além de você.
26. Encare cada "chamado desastre" com essas palavras: Em cinco anos, vai importar?
27. Sempre escolha a vida.
28. Perdoe tudo de todos.
29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.
30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo.
31. Indepedentemente se a situação é boa ou ruim, irá mudar.
32. Não se leve tão a sério. Ninguém mais leva...
33. Acredite em milagres.
34. Deus te ama por causa de quem Deus é, não pelo o que você fez ou deixou de fazer.
35. Não faça auditoria de sua vida. Apareça e faça o melhor dela agora.
36. Envelhecer é melhor do que a alternativa: morrer jovem.
37. Seus filhos só têm uma infância.
38. Tudo o que realmente importa no final é que você amou.
39. Vá para a rua todo dia. Milagres estão esperando em todos os lugares.
40. Se todos jogássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos os de todo mundo, pegaríamos os nossos de volta.
41. Inveja é perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.
42. O melhor está por vir.
43. Não importa como você se sente, levante-se, vista-se e apareça.
44. Produza.
45. A vida não vem embrulhada em um laço, mas ainda é um presente!!!"