sábado, outubro 03, 2009
Sapato velho
Estava em casa assistindo o jornal sobre as olimpíadas 2016 que serão realizadas no Rio de Janeiro. Fiquei emocionada e também acabei ouvindo uma frase do presidente Lula que mexeu com meu cérebro. Disse ele mais ou menos assim... "Tem gente que veste o mesmo sapato velho pela manhã e de tão pessimista acredita que não irá servir!" Eu tenho sempre me debatido com este tipo de sentimento em relação a certas pessoas e situações. Desde criança tinha uma esperança emorne, eu acreditava, sonhava, sonhava e acreditava. Ainda sou assim. Me pergunto como é a vida sem fé e uma dose de sonho... Me cansa tanto e deixa certa tristeza quem não sabe, ao menos, acreditar. Já que sonhar nem passa pela cabeça destas pessoas. Eu prefiro ser criança mesmo nesta parte, sonhaaaaaaaaaaaar!!!
sexta-feira, outubro 02, 2009
Mário Quintana
DA FELICIDADE
Quantas vezes a gente,em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão,por toda parte,os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz
Um dos lugares mais legais que visitei em Porto Alegre foi a Casa Mário Quintana. De frente para o seu quarto naquela casa-hotel fiquei tão comovida com seus pertences ali todos deixados como na última vez que esteve "vivo" por lá. Chorei um pouquinho, mas, um sentimento de alegria me tomou por estar ali e compartilhar aquela aura poética... Amei tanto o lugar que resolvi almoçar por ali mesmo no terraço do hotel num simpático bistrô. Se forem a Porto Alegre visitem este lugar e se entreguem a este momento com inteira devoção ao poetinha!!!
quinta-feira, outubro 01, 2009
quarta-feira, setembro 30, 2009
Adélia Prado
Com licença poética
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Obra de tarsíla do amaral - manteau rouge
A arte de perder
Há um tempo atrás postei este poema de Elisabeth Bishop, autora de interessantes escritos e dona de uma história plena de vida. Hoje, diante de algumas das minhas mais profundas angústias e também diante de uma grande certeza reedito esta poesia no blog. Entendam que não sinto tirteza ou mágoa, sinto apenas desapego e ao mesmo tempo, uma garra por outras oportunidades que se apresentam. A vida é assim, nos impele para frente, depois, nos manda voltar para resgatar nossa essencia divina. Alguns tem a coragem de voltar e enfrentar seus piores fantasmas, outros acham melhor esquecer de si e ir levando. Eu não sou mulher de ir levando, sou mulher que VIVE e HONRA esta encantadora missão que me foi dada agora. Estou caminhando e sei que as "coisas vem". Não é preciso implorar, não é preciso pegar na marra. A VIDA OFERECE!!! Algum tempo atras, eu não compreendia e vivia de "migalhas e restos" como cantou Cazuza, mas, pedindo desculpas ao genial cantor, estas raspas e restos não me interessam mais. Digo a todos que cada um é pleno de um DOM muito especial, que o ser humano é BELO e PURO em sua essencia e certamentamente pode e DEVE saber disto via palavra. EU CANTO E REENCANTO por isto. ESTOU AQUI VIVA APESAR DE... AMO E CANTO!!! Colham o fruto se sentirem fome, senão, deixem-no para quem busca a palavra que tudo liberta, AMOR
o poema de Elizabeth Bishop...
“A arte de perder não é nenhum mistério;
Tantas coisas contêm em si o acidente
De perdê-las, que perder não é nada sério.
Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero,
A chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério:
Lugares, nomes, a escala subseqüente
Da viagem não feita. Nada disso é sério.
Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero
Lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas. E um império
Que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.
– Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo que eu amo) não muda nada. Pois é evidente
que a arte de perder não chega a ser mistério por muito que pareça (Escreve!) muito sério. “