sexta-feira, outubro 23, 2009

Save Childs Heart


Atidude independente das fronteiras físicas, religiosas e psíquicas salvam vidas de crianças no mundo. A ONG Save Childs Heart está localizada em Israel e são responsáveis pela manutenção e plenitude da vida de muitas crianças que precisam de uma cirurgia cardíaca. Há muito para fazer neste planeta por pessoas que não possuem recursos para viver e salvar seus filhos sozinhos. O amor pode ser libertador quando esquecemos as diferenças que nos separam.

http://www.saveachildsheart.org/

quinta-feira, outubro 22, 2009

quarta-feira, outubro 21, 2009

Devaneios 1




Morro para tudo que não fui e tudo aquilo que não escolhi.

Quantas vidas não conhecerei? Quantos “eus” não saberei.

Cada minuto é um enterro, em cada piscar um morto.

Morro de mim incessantemente a cada idéia nova e a cada memória perdida.

fica um pouco de mim por onde passo, como fotografias soltas no chão. São corpos na estrada.

Não sou nem os cadáveres que ficaram, nem este que aqui está.

Sou uma escolha que escolhe mesmo nada fazendo.

Sou todos os caminhos que deixei de optar na estrada.

Sou a soma todas as vidas que morri. Infinitas mortes. Em infinitos mundos agora tão distantes.

Se escolher é viver não ter escolhido é morrer.

Só podemos fazer uma escolha por vez, mas “não escolhemos” infinitas escolhas de uma vez.

Por que são infinitos os caminhos, mas é única a escolha.

Mais morro que vivo. Sou um morto de possibilidades.

Morrem minhas crenças para que outras surjam

morre minhas células para que outras vivam.

Morre todos os amores de todas as mulheres que não amei para que uma floresça.

A cada letra que escolho deste texto morto, milhares de palavras não escolhidas são enterradas nos silêncio das frases não ditas.

Infinitas são as letras que não optei a cada instante que você lê estas palavras.

Eu morri para todas estas poesias.

Morri para os livros e para as bibliotecas.

Morri para a grama no parque, chapinhas em poças d’água.

Morri para o beijo que não te dei ontem e para as cerejas nos copos não bebidos.

Morri para os gritos e as declarações de amor.

Morri para tua mão sobre a minha e para o teu rosto no meu peito.

Morri para o cheiro podre e para o perfume que não usou.

Morri para o vestido branco que nunca teve e para o susto no espelho.

Morri para a falta de tempo de estar contigo e para todo o tempo que eu estive comigo.

Morri quando eu dormia, morri quando tu acordavas.

Morri para todos os teus sorrisos e lagrimas em todos os teus anos até aqui.

Morri para o teu passado morri para o meu futuro.

Morri de livre arbítrio.

Mas hoje, agora, neste momento, que já passou em dias, eu escolhi morrer para tudo apenas para estar com você.

Minhas mortes me levaram até aqui.

Assim como um herói que sacrifica inúmeras vezes sua vida para colher um breve momento eu morri para viver estes instantes com você ao teu lado.

Por que são destes momentos que nasce a vida,

e são destes instantes que se faz uma existência.


Fonte http://www.monjacoen.com.br/textos-budistas/poesias/106-devaneios-1

Veredas


As direções que tomamos nem sempre nos levam exatamente onde gostaríamos de estar. Aquilo que mais negamos é aquilo que geralmente nos define. Há tempos ando refletindo acerca de tudo aquilo que sempre neguei em mim e o quanto isto eclodiu em um determinado momento de minha vida mudando todos os rumos mesmo contra minha vontade. Antes de mim, outros brilhantes pensadores já disseram isto com muito mais propriedade. As sendas, as veredas de nossa mente são desbravadas a cada momento de confrotamento e nem sempre tomamos a direção certa neste grande sertão da alma humana. Quanto de mim se perdeu de modo irremediável em momentos cruciais. Tive como qualquer pessoa de reinventar-me com os fragmentos de cristal que encontrei após a quebra. Quantas lições estranhas de voz inconsciente e inaudível a lógica racional deixaram de ser ouvidas, aprendidas e superadas por mim. Refazer os passos, mas, agora caçando a mim mesma como descrito naquela linda melodia. As veredas, ah quantas veredas... Lembro ainda hoje de uma cena que vivi em minha infância que, talvez, ilustre o que eu estou escrevendo aqui. Meu avô Josef, um polonês típico, alto de olhos azuis radiantes, estava sentado na varanda da casa dos meus pais. Esta casa tem uma visão ampla do horizonte porque fica bem no alto. Ele olhava para um ponto longe, bem longe. Eu, com meus 6 anos incompletos me aproximei daquele homem que me causava tanta admiração e perguntei.
Avô o que está buscando lá longe?
Ele com olhos marejados respondeu...
Filha, busco uma coisa que não existe mais... A minha Polônia.
Ainda é forte a emoção que tive, porque sabia que o país dele ainda existia na geografia. Mas, não se tratava do país físico, era o país afetivo. O imigrante vive como quem está em exílio permanente. Meu avô, um homem tão forte e altivo, também chorava. Jamais teria sua Polônia e eu que o amava não poderia lhe dar de presente sua terra natal, sua esperança, o colo de sua mãe. Nada podemos fazer quando algo se perdeu para nós, aliás, podemos sim caminhar sem olhar para trás. Enterrar nossos mortos reais ou imaginários. Amores antigos, trabalhos anteriores, sonhos não realizados ou realizados. Tudo é passagem, o tempo é imperativo. O que fica então? Quais são as possibilidades para o caminhante? Não percebi quando, mas, derepente entendi que minha Polônia também não existe mais, não posso mais voltar e ninguém pode me devolvê-la. Outro país deve ser construído em mim, alguns personagens ficam na memória como heróis ou antagonistas de nossa memória. Somente lembranças, algumas embalam momentos de nostalgia, outras, é melhor manter em silêncio. Porém, as vezes, descobrinho as novas veredas neste novo país lágrimas crescem nos olhos, saudades do que não fui.

terça-feira, outubro 20, 2009

Não deixe morrer!!!!!



Quando fiquei grávida, imediatamente a noção de maternidade recaiu sobre mim. Mas, não a maternidade exclusiva entre eu e meu pequenino bebê. Ser mãe me pareceu uma questão mais ampla, envolveu-me em um senso de preservação e amor tão profundo que me leva a atitudes cotidianas como me abaixar para recolher um lixo que alguém jogou pela janela do carro. Antes, eu já me sentia uma pessoa com certos valores, mas, agora parece que tudo assume proporções imensas!!! Caiu a ficha!!! Ninguém quer perder sua casa em uma tempestade quando bueiros entupidos devolvem o lixo que desavisados jogam pela janela de seus carros. Mas, muita gente perde... E eu fico olhando isto e me dá um desespero e desejo sair gritando para todos aprenderem a cuidar da nossa grande casa. Isto é a maternidade verdadeira que está impregnada em mim, o senso de preservação e exaltação da vida. Alegria, Paz e Amor. Quero um mundo que se REENCANTE com seus detalhes, suas pessoas, seus ciclos. Quero um filho bacana que saiba disto e aprenda a cuidar também do planeta. Não sei o que ele vai ser, engenheiro, professor, artista... Mas, gostaria apenas que fosse alguém que ama seu planeta e a toda a vida que nele nasce.