quarta-feira, março 12, 2008

Já vistes uma cigana girar


Já vistes uma cigana girar?

Da saia vermelha intensa,

Que faz latejar o coração de quem a observa,

Surgem risos, lágrimas, alegria, dor, prazer e medo.

Já vistes uma cigana girar?

Dos pés batendo forte na terra,

Que espantam o mal,

Aflora o amor.

Já vistes uma cigana girar?

Ela sorri para o mundo quando gira,

Nas mãos as palmas te aplaudem e convidam,

Quer que baile com ela!

Vá! Permita-se entrar neste universo.

Não temas, ela é quem faz arder a fogueira que

Ilumina a noite aquecendo a todos a quemconvida a girar.


por Cristiane França

segunda-feira, março 10, 2008

Caminhos possíveis

As conversas sem pretensões, soltas, geralmente nos trazem material oportuno para auto-conhecimento. Em uma ocasião, ouvi um amigo comentar para outro que participava de nossa mesa: a grande sacada da vida é que estamos aqui para nos relacionar, aprender e evoluir através disso. Simples!? Talvez sim na fala, mas, na ação tudo se trona diferente. A sabedoria dessa "sacada" é inquestionável e poucos se dão conta disso. O que impede? Para mim, o que limita o homem é a vaidade. Salomão, filho de Davi, no final de sua vida dizia: Vaidade, tudo é vaidade! Temos uma compreensão equivocada da vaidade, acreditamos que ela se reflete apenas na nossa aparência. Contudo, ela vai muito além disso. A vaidade são nossas pretensas verdades, nossas máscaras e sentimentos de vazio preenchidos com nossas neuroses. Somos vaidosos, somos muito vaidosos. A avaliação que temos do mundo acaba partindo da nossa auto-imagem. Tenho a impressão que, às vezes, não somos capazes nem mesmo de escutar o que nos é dito. Sempre há um julgamento, sempre parecemos muito melhores do que somos diante de nosso espelho. Não devemos limitar-nos, não é isso. Devemos sim, desvelar nossas potencialidades, vencer o mecanismo que nos aprisiona em nossas mentes e comportamentos. Somos únicos , mas também, unos. Parafraseando Simone de Beauvoir o outro é ponto de partida. Aprendemos sobre nós, por isso, a necessidade de liberdade. Não deformarmos as relações, não nos intimidarmos diante dos outros. Eles são tão humanos quanto nós. A idealização do objeto é por nossa conta! O sofrimento também!

Transcender é possível


A idéia de transcender é inerente a condição humana. A principal via de crescimento é o amor. Sentir-se amado, amar-se, procurar dispensar atenção e sentimentos de consideração pelos demais, respeitando seus interesses e crenças proporciona uma co-existência pacífica. Temos, contudo, a necessidade de fortalecimento do ego. Quero evitar um discurso positivista, não é disso que se trata minha fala. Trata-se de um desejo de conhecer-se, encarar seus limites. O equilíbrio é uma conquista quotidiana, cheia de altos e baixos. Ora nos deixamos levar por linhas pessimistas baseadas em nossos medos, ora nos apercebemos de nossas possibilidades. Uma fonte para permitirmos a ênfase nas possibilidades está centralizada no quanto nos sentimos queridos e realmelmente importantes em nossas relações de afeto. Não se torna piegas referir-se aos sentimentos de amor. Junto a eles estão muitas questões para resolvermos, muitos temores a vencermos. Tudo está aí, posto. Somos uma história escrita, mas também, reescrita se assim o quisermos.

"No mundo nada mais existe a não ser o amor. Qualquer que ele seja." Pablo Picasso (imagem do quadro Les Demoiselles)