sábado, março 13, 2010

Caçador de Mim

Caçador de Mim
Milton Nascimento
Composição: Luís Carlos Sá e Sérgio Magrão

Por tanto amor
Por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz
Manso ou feroz
Eu caçador de mim

Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar
Longe do meu lugar
Eu, caçador de mim

Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito a força, numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura

Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir
O que me faz sentir
Eu, caçador de mim

Como vejo Deus


Deus

Olha no espelho da alma.
Vê! Quanta pureza!
Contempla aquilo que
Deus preparou
em segredo...
Somente para você.
O seu maior desejo,
toda riqueza,
poder,
glórias...
Nada pode superar
o mistério que habita
no profundo do ser.
Código eterno, redenção,
amor...
Dentro
e não fora.
Dentro!
Olha:
você!
Não precisa crer,
apenas olha...
O universo está aí
contido bem dentro
de você:
Deus.

A pouco tempo atrás conheci uma nova palavra, da Bíblia, no Antigo Testamento. A magia desta palavra, “nephesh”, tornou-se um ponto de reflexão em meus devaneios e pensamentos. Um de seus significados é o alento, ou o sopro de Deus nos lábios dos homens. Gosto de pensar em Deus como este alento, a força vital que impulsiona os seres para sua realização pessoal e global. A inibição em falar em Deus deixo aos cientistas, aos poetas (pretensos...) apenas as letras, os versos e um amor transcendente. Acredito que a poesia, esta que escrevo, procura a Deus. Por que não confessar? Ou seria: com-versar. Manter um profícuo diálogo com este Deus sempiterno que jamais nos abandona, ao qual encontramos todos os dias nos gestos de afeto, nas atitudes otimistas, nas surpresas, na flor, nos filhos, na harmonia, nas soluções dos problemas, no perdão... No acolhimento, na crença de não estarmos sós.

Cristiane França

terça-feira, março 09, 2010

Arte em Fotografia

Caros leitores;
Quero recomendar o trabalho de minha amiga Jo Loureiro. Sua grande sensibilidade na arte da fotografia transforma momentos únicos em lembranças eternizadas para quem ama a beleza e a vida!
Abraços!!!!

http://www.joloureiro.com.br/

segunda-feira, março 08, 2010

~ O Amor Gibran Kahlil Gibran ~


Quando o amor vos chamar, segui-o,
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;
E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,
Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos;
E quando ele vos falar, acreditai nele,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos
Como o vento devasta o jardim.
Pois, da mesma forma que o amor vos coroa,
Assim ele vos crucifica.
E da mesma forma que contribui para vosso crescimento,
Trabalha para vossa queda.
E da mesma forma que alcança vossa altura
E acaricia vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol,
Assim também desce até vossas raízes
E as sacode no seu apego à terra.
Como feixes de trigo, ele vos aperta junto ao seu coração.
Ele vos debulha para expor vossa nudez.
Ele vos peneira para libertar-vos das palhas.
Ele vos mói até a extrema brancura.
Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis.
Então, ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma
No pão místico do banquete divino.
Todas essas coisas, o amor operará em vós
Para que conheçais os segredos de vossos corações
E, com esse conhecimento,
Vos convertais no pão místico do banquete divino.
Todavia, se no vosso temor,
Procurardes somente a paz do amor e o gozo do amor,
Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez
E abandonásseis a eira do amor,
Para entrar num mundo sem estações,
Onde rireis, mas não todos os vossos risos,
E chorareis, mas não todas as vossas lágrimas.
O amor nada dá senão de si próprio
E nada recebe senão de si próprio.
O amor não possui, nem se deixa possuir.
Porque o amor basta-se a si mesmo.
Quando um de vós ama, que não diga:
“Deus está no meu coração”,
Mas que diga antes:
"Eu estou no coração de Deus”.
E não imagineis que possais dirigir o curso do amor,
Pois o amor, se vos achar dignos,
Determinará ele próprio o vosso curso.
O amor não tem outro desejo
Senão o de atingir a sua plenitude.
Se, contudo, amardes e precisardes ter desejos,
Sejam estes os vossos desejos:
De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho
Que canta sua melodia para a noite;
De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada;
De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor
E de sangrardes de boa vontade e com alegria;
De acordardes na aurora com o coração alado
E agradecerdes por um novo dia de amor;
De descansardes ao meio-dia
E meditardes sobre o êxtase do amor;
De voltardes para casa à noite com gratidão;
E de adormecerdes com uma prece no coração para o bem-amado,
E nos lábios uma canção de bem-aventurança.