domingo, junho 02, 2013


Grupo Operativo para educação de filhos; uma proposta para o Centro de Referência de Ação Social – CRAS
Cristiane França Turnes Psicóloga e Mestre em Educação

O indivíduo é social não como resultado de circunstâncias externas, mas em virtude de uma necessidade interna.  Henry Wallon

Resumo
Este artigo traz em sua apresentação e discussão a formação, desenvolvimento e resultados da implantação de Grupo Operativo com base em Pichón Rivière. Aspectos culturais e de linguagem foram entendidos no contexto social no qual o grupo estava inserido e suas repercussões no processo de educação de filhos na faixa etária de 0 a 6 anos. O campo de ação ocorreu no CRAS (Centro de Referencia de Ação Social) em parceria entre Psicologia e Serviço Social.

Palavras-chave
Educação; grupos; crianças; risco social.

Abstract
This article brings in its presentation and discussion training, development and results of the implementation of Operational Group based Pichón Rivière. Cultural and language were understood in the social context in which the group was inserted and its repercussions on the education of children aged 0-6 years. The field of action occurred in CRAS (Reference Center for Social Action) in partnership between Psychology and Social Work.

Keywords
Education; groups; children; social risk.

Resumen
En este artículo se pone en su presentación y discusión de capacitación, el desarrollo y los resultados de la aplicación del grupo operativo basado Pichón Rivière. Cultura y lengua se entiende en el contexto social en el que se insertó el grupo y sus repercusiones en la educación de los niños de 0-6 años. El campo de acción se produjo en CRAS (Centro de Referencia para la Acción Social), en colaboración entre la Psicología y Trabajo Social.

Palabras clave
Educación, grupos, niños, riesgo social


Introdução
                                                                                          
Neste artigo a orientação de mães na educação de crianças na primeira infância foi premissa para a construção das reflexões presentes. O campo de ação no qual obtivemos as informações necessárias para compor o trabalho trata-se do Centro de Referencia de Assistência Social – CRAS; localizado no município de Mafra (SC).
Localizados em áreas de maior vulnerabilidade social, os CRAS são equipamentos socioassistenciais que funcionam como unidades públicas estatais de base territorial. Eles atuam com famílias e indivíduos em seu contexto comunitário, a fim de orientá-los e possibilitar o fortalecimento desses vínculos. De acordo com a PNAS/2004, cada CRAS deve realizar – sob a orientação do gestor municipal de assistência social – o mapeamento e a organização da rede socioassistencial de proteção básica, além de promover a inserção das famílias nos serviços socioassistenciais locais. Cabe também ao CRAS encaminhar a população local para as demais políticas públicas e sociais, possibilitando ações intersetoriais. Para a Política Nacional de Assistência Social, são considerados serviços de proteção social básica aqueles que potencializam a família como unidade de referência, visando a convivência, a socialização, o acolhimento e o protagonismo dos usuários. Esses serviços devem ser prestados, preferencialmente, em unidades próprias dos municípios, levando-se em conta a importância da articulação das três esferas governamentais (municipal, estadual e federal). A coordenação e as normas gerais cabem ao governo federal, enquanto que a coordenação e a execução dos programas ficam a cargo de Estados, Distrito Federal e municípios. Com a aprovação da Política Nacional de Assistência Social e com a implantação e implementação do SUAS, o Brasil faz a reestruturação orgânica da política pública de assistência social. Na perspectiva socioterritorial, os municípios brasileiros são referências privilegiadas. (Impresso Brasil, 2007, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome)

Fortalecer laços afetivos entre mães e filhos; propiciar conhecimento para mulheres sobre aspectos educacionais importantes no desenvolvimento psíquico de crianças; estimular o grupo na busca por novos meios de condução familiar; criar um espaço alternativo de apoio e reflexão no entendimento de problemáticas individuais e coletivas facilitando o surgimento de soluções e favorecer a utilização positiva de serviços e políticas sociais compuseram os principais aspectos que a equipe do CRAS considerou como importantes serem considerados na metodologia utilizada com a comunidade local. A metodologia eleita foi o Grupo Operativo.
Pensar na oportunidade do encontro, entre indivíduos que compartilham a mesma experiência, pode ser um desdobramento para a o afloramento de capacidades e habilidades no manejo do quotidiano derivadas da experiência conjunta. Transformar esta experiência em um projeto criativo de ação e interação oportuniza não somente o crescimento individual, bem como, o surgimento de um potencial renovado na coletividade.
Trabalhar em grupos operativos facilita o profissional envolvido indicar mudanças possíveis além do individualismo do referencial clínico. Há o enfrentamento da realidade, contudo, o apoio no grupo torna-se consistente à medida que soluções ganham espaço. A liberdade do sujeito que compartilha o grupo é preservada e sua opção na falar e expor seus sentimentos é sempre opcional.