Ciranda-cirandinha.
Ciranda em meus pensamentos.
As meninas giram e giram fazendo vento.
Cada vez mais rápido...
Zonza fico girando por andar procurando nesta ciranda alegria.
Onde está?
Meninas de pés descalços.
Para que sapatos? Para que pés?
Asinhas seriam mais que suficientes!
Onde estão as minhas?


Reluto em desatar as asas de minhas costas. Cheias de remendos que estão... Mas, não as deixo por nada, não as perco de vista! Um dia me salvaram de dragões e bruxas, portanto, sou muito agradecida a elas. Muito! Quando caminho nas ruas, reparo que nem todos possuem asas... Isto me intriga verdadeiramente! Será que, aos poucos, foram se deteriorando? Nunca existiram? Desmancharam, simplesmente? Não li recomendações sobre até que idade as asas devem ser preservadas. A sua função mais importante: tirar os pés do chão. Não é para chegar próximo ao sol... Isto é loucura para Ícaros de plantão. Servem para dar lição de borboletas, iguais àquelas branquinhas de jardim... Lição de leveza, suavidade... Geralmente, os ombros estão sempre pesados, os semblantes escuros... Então as asas ajudam soltar os ombros e deliciar-se no jardim da alma.