sexta-feira, março 15, 2013


Tenho pensado muito sobre as questões relacionadas a vaidade. Somos movidos por imagens, carregadas de conteúdos com representações de valor.Mas; desde pequena me acostumei em não ver. É isto mesmo não perceber visualmente quase nada; até conseguir enxergar algo lá foi-se a primeira infância. Parece nada, mas o mundo dos 0 aos 7 é uma construção importante em temas variados... Aprendi a olhar para dentro; para micro cosmos que minha visão ou pouca visão podia alcançar. Fiz uma lesão na área occipital do cérebro que me deixou praticamente sem acuidade visual no olho direito e uma baixa visão no esquerdo. Agradeço por isto porque com um pouco mais de 7 anos reconheci o rosto de minha mãe; LINDA! Olhos azuis vibrrantes da cor mais turquesa que já pude perceber. Amei aquela imagem de mulher e acolhi em meu coração amor por descobertas sensíveis aos olhos. A miopia cedeu um pouco, hoje tenho qualidade de vida graças a lentes mais modernas. Porém; quando tive meus filhos, na sala de parto, fui sem lentes de contato ou óculos. Assim que meu primeiro filho deu seu vagido EU TREMI! Não precisava ver, o amor me invadiu! O anestesista correu buscar meus óculos, eu somente via borrões. Apesar disto; o sentimento de amor estava tão presente que podia "vê-lo". Assim foi com minha segunda filha também. Estranho, entendi que nada ver é muito querer, porque esta é a face a face de São Paulo à Coríntios. A vaidade não tem nada de belo é artificial, o amor sim enxerga com os olhos de Deus.


quinta-feira, março 14, 2013

quarta-feira, março 13, 2013

VAIDADE Florbela Espanca




Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho...E não sou nada!...